RFB ESCLARECE SEU ENTENDIMENTO SOBRE AS DESPESAS COMPARTILHADAS POR GRUPOS ECONÔMICOS

 

Através da Solução de Consulta DISIT/SRRF04 nº 4010, de 18 de março de 2021, publicada no DOU de 19/03/2021, a RFB esclarece seu entendimento a respeito da dedutibilidade de custos e despesas compartilhadas entre empresas do mesmo grupo econômico para as empresas que adotam o Lucro Real como forma de tributação.

Neste sentido é possível a concentração, em uma única empresa, do controle dos gastos referentes a departamentos de apoio administrativo centralizados, para posterior rateio dos custos e despesas administrativas comuns entre empresas que não a mantenedora da estrutura administrativa concentrada.

Para que os valores movimentados em razão do citado rateio de custos e despesas sejam dedutíveis na apuração do IRPJ e da CSLL, exige-se que correspondam a custos e despesas necessários, normais e usuais, devidamente comprovados e pagos; que sejam calculados com base em critérios de rateio razoáveis e objetivos, previamente ajustados, formalizados por instrumento firmado entre os intervenientes; que correspondam ao efetivo gasto de cada empresa e ao preço global pago pelos bens e serviços; que a empresa centralizadora da operação aproprie como despesa tão somente a parcela que lhe cabe de acordo com o critério de rateio, assim como devem proceder de forma idêntica as empresas descentralizadas beneficiárias dos bens e serviços, e contabilize as parcelas a serem ressarcidas como direitos de créditos a recuperar; e, finalmente, que seja mantida escrituração destacada de todos os atos diretamente relacionados com o rateio das despesas administrativas.

Destaca-se ainda que observadas as exigências estabelecidas para regularidade do rateio de dispêndios:

a) os valores auferidos pela pessoa jurídica centralizadora das atividades compartilhadas, como reembolso das demais pessoas jurídicas integrantes do grupo econômico pelo pagamento dos dispêndios comuns, não integram a base de cálculo do Pis e da Cofins apurada pela centralizadora;

b) a apuração de eventuais créditos da não cumulatividade deve ser efetuada individualizadamente em cada pessoa jurídica integrante do grupo econômico, com base na parcela do rateio de dispêndios que lhe foi imputada;

c) o rateio de dispêndios comuns deve discriminar os itens integrantes da parcela imputada a cada pessoa jurídica integrante do grupo econômico, para permitir a identificação dos itens de dispêndio que geram, para a pessoa jurídica que os suporta, direito de creditamento, nos termos da legislação correlata.

O referido entendimento está vinculado a Solução de Divergência nº 23, de 23 de setembro de 2013 e às Soluções de Consulta Cosit nº 94 e 276, de 25 de março e 26 de setembro de 2019, respectivamente.

Fonte: Editorial ITC Consultoria.